segunda-feira, 16 de julho de 2012

Viver, Ver e Rever


Dica para os paulistas. O Primeiro Clube do ônibus Antigo realizará mais uma exposição anual, com o patrocínio da Mercedes-Benz, de seu acervo, para visitação pública gratuita.

A exposição será no Memorial da América Latina, dias dez e onze de Novembro, das 09h às 17h, com ambiente familiar e espaço de sobra para as crianças, até porque veículos do porte dos expostos precisam. O clube foi idealizado e veio à luz pela luta e competência de Antônio Kaio Castro, cujos frutos resultaram até na lei n° 14.145, que institui o dia da Preservação da Memória do Transportes em Ônibus, a ser comemorado, como já diz o cartaz, dia trinta de Novembro.

O que tem a ver com ser vintage? Tem a história. Os mais jovens aprenderão como era a vida nas épocas em que os ônibus e caminhões expostos saíram da linha de montagem, por conseqüência terão também a chance de raciocinar, ver bem os caminhos que levaram à degradação do transporte público. Mas não é só a parte ruim, longe disso. O evento costuma ser frreqüentado por ex-motoristas e antigos usuários dos veículos, que não fazem cerimônia em repassar sua experiência aos mais jovens, tendo os carros de época como instrumentos pedagógicos.

Alguns ônibus causarão estranheza, como os Mercedes e Chevrolets derivados dos caminhões, respectivamente dos anos cinqüenta e sessenta, uma época em que esses veículos eram brutos, sem qualquer amenidade, nem de longe lembrando a tecnologia de ponta e requintes de extremo luxo que recebem hoje, nas fábricas.

Sim, meu amigo, aquele estereótipo do caminhoneiro musculoso e cansado é real. Até o início dos anos oitenta, não havia essa moleza de direção assistida para caminhões. Até que dava para levar tranqüilo em velocidade, que para a maioria não chegava a 90km/h, mas na hora da baliza, o muque sofria! Hoje, com um dedo tu giras o volante de um extra-pesado com mais de sessenta toneladas no lombo, ou um mega ônibus rodoviários de dois pavimentos e quatro eixos, dois deles esterçantes. Nos anos setenta, um torpedinho de doze metros já era garantia de bíceps fortes.

Provavelmente uma jardineira dos anos vinte, ônibus com carroceria de madeira e laterias abertas, à moda dos bondes, estará presente, para a alegria das crianças, que têm sido o público mais receptivo do antigomobilismo. Não vamos decepcioná-las, heim!

Então, meuis queridos, se organizem, marquem na agenda e, se possível, visitem os brechós para conseguirem roupas de época, ou pelo menos copiar algumas peças, para fazerem bonito e darem brilho extra a um evento que é a realização do sonho de um brasileiro digno e perseverante. De quebra, terão dois dias de lazer sadio e tranqüilo, próprio para estreitar laços afetivos e familiares.


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