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Têm proliferado os bailes temáticos de outras épocas, no Brasil, especialmente entre os antigomobilistas. Embora haja aqueles com miscelâneas de épocas, os mais comuns são os dos anos sessenta, não só pela facilidade em encontrar material, mas porque foi a época em que começamos a ter uma produção cultural e industrial realmente relevante, embora ainda tímida.
Interessante notar que as pessoas se referem às outras décadas como se elas fossem uniformes do início ao fim, como se a moda da anterior desaparecesse rapidamente na vidara do ano, o mesmo acontecendo com a de então quando a seguinte surgisse. Bem, não é assim que funciona. Vamos tomar o caso específico da década de 1960.
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De 1960 até cerca de 1963, os anos finais de 1950 estavam por toda parte, fortes como novos. Embora o estilo mais limpo e minimalista seja a marca sessentista, o volume e a imponência cinqüentista estavam por toda parte, com desaparecimento gradual dos catálogos comerciais, tanto na moda, quanto nos carros e na mobília. Embora já aparecessem as roupinhas que deram a tendência dos anos seguintes, mas a década anterior ainda não parecia velha. Mesmo nos rincões mais interioranos deste país, as novas modas não demoravam mais tanto a chegar e, pasmem, o povo da roça tinha bem menos preconceito contra a barra alta do que os da cidade grande. Havia uma miscelânea de épocas, pelo menos onde eu vivia, mas isso é outra história.
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De fins de 1963 até cerca de 1967, especialmente com o advento do modelo comercial da mini saia, o estilo minimalista bem cinturado estava em voga, especialmente por influência da diva Audrey Hepburn. Também aqui começa o culto ao retrô e vintage, ainda de modo discreto, como um nicho de intelectuais e gente mais desapegada do status quo, este que passa a ter no vintage mais uma âncora, com o tempo. fazer o que? Mas a função deste blog é trazer as lições e as cousas boas de cada época, fiquemos com elas então. Como miolo da década, esta época torna-se o divisor de águas e, embora não desapareça nem de alguns catálogos, as roupas de antes começam a envelhecer, ao menos as que mantêm todas as características de quando foram lançadas.
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Daqui então até a virada para 1970, com os hippies e a cultura do paz e amor, rapidamente deturpada pelo narco tráfico, vêm as roupas coloridas berrantes da cultura psicodélica, liderada oficialmente pelos garotos de Liverpool. As roupas ficam mais soltas, inclusive as formais, fomentadas pelo incremento do turismo externo dos americanos, no auge de sua influência mundial, eles que se tornam atrações tão interessantes quanto os lugares que visitam, com suas roupas de férias extravagantes e seus micos hilários. Estampas fractais ganham força a duram até quase o fim da década seguinte.
Aviso, porém, que ao longo dos anos sessenta, embora com a predominância da época específica, todas as modas da década conviveram em relativa paz, sendo possível encontrar catálogos de época com modelos que remetem a vários anos anteriores, devidamente actualizados.
Um equívoco recorrente é vestir as crianças da mesma forma como os adultos. Roupas de criança imitando as dos adultos é moda recente, e meio besta, diga-se de passagem. As roupinhas retrô e vintage são feitas para dar conforto e realçar a fase em que a criança vive. Uma menininha dos anos sessenta não usava blusa com elastano e saia esvoaçante com anáguas embaixo, usava vestidinhos coloridos, com golas bem desenhadas e bolsos, geralmente um chapéu estilizado e sapatinhos de verniz. Repito que a moda idiota de fazer mini adultos é recente, totalmente diferente de meados dos anos oitenta para trás.
Também há o problema de se definir que tipo de baile seria. Em uma mesma época temos as roupas do cotidiano, as de trabalho, os uniformes, as roupas de passeio, as formais e as de gala, todas distintas entre si, embora carreguem as marcas de sua época. Que estilo escolher? Um baile de formatura, por exemplo, tinha roupas mais finas do que os bailes semanais da escola, um baile de debute era ainda mais formal e por aí vai.
Ok, o que vocês querem é só reviver a época e mais nada, sem compromissos maiores de fidelidade. Certo, uma produção bem feita dará belíssimas photographias, como o último baile do Fusca Poços de Caldas aqui. Neste caso, foi uma confraternização, onde a maioria dos participantes mal conheceu os anos setenta, quanto mais os sessenta. Aqui vale então mais a seleção de músicas. Para quem não quer carregar toneladas de vinís para cima e para baixo, correndo até o risco de danificá-los, recomendo levar um computador e conectar ao Malhanga Home Page, este aqui, que tem na coluna à direita links para o melhor dos anos sessenta, em páginas de música francesa, italiana e em inglês, e até preciosidades em português que não chegaram às nossas paradas de sucesso... e olhe que estavam paradas, imeginem se fossem andadas!
Para a indumetnária, recomendo o Fashion era aqui, que conta a história da moda desde a idade média, com bom nível de detalhes, até as décadas mais recentes, inclusive fazendo a devida separação de épocas, dentro de cada década do século XX. Também o My Vintage Vogue aqui, que traz photographias muito nítidas, propagandas de época, enfim, um complemento perfeito e valioso ao primeiro site.
Aqui um baile da época:
Aqui um baile retrô:
Website do Fusca Poços de Caldas, clicar aqui.
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